domingo, 20 de março de 2011

A Lua Cheia


Ela levantou-se sobre o zênite no horizonte do oceano, com uma aparência alaranjada/amarelada, ficando mais encorpada e viva à medida que ia conquistando altura, com uma forma mais que exuberante dos últimos 20 anos. Atingindo seu ponto máximo do ciclo, conhecido como “perigeu lunar”.  É deslumbrante, muda, iluminada, sedutora, intrigante, charmosa, melancólica, soberana, deusa misteriosa celestial cheia de resplendor a irradiar luzes em forma de raios aos seus súditos. A lua dessa noite parece querer nos contar seus lamentos nunca ouvidos pela eterna humanidade hipócrita. Sempre com uma aparência jovem, cortando os horizonte, eis a lua que solta seu “grito” longínquo sobre os céus. É ela meu ponto crucial da noite, minha companheira das madrugadas filosóficas, sempre fiel a mim, alegre e triste ao mesmo tempo, com sua beleza subtil me fazendo caricias nos ventos soprados que tocam minha face desnuda, e assim me tranquilizando nas horas mais difíceis.  Sempre irradiando com seus raios a benevolência do saber para seus súditos fieis, como forma de demonstrar a sua eterna gratidão.
A lua parece ter um ar doce, mas cuidado, também para alguns ela pode ser fatal. É sedutora como uma ninfa maldosa, atraente como uma sereia. É minha inspiração poética, me fazendo acreditar nos meus sonhos, por mais que eles sejam de uma forma espectral para os outros seres humanos em geral.  Temos uma relação estranha, porém amigável. Ela bate no vidro da minha janela com seus raios, clareando o meu quarto escuro nas noites de insônia, como se fosse um meio de se comunicar dizendo: “cheguei amigo, te manténs acordado”. A sua atração cósmica, assemelha-se a um mistério que vem dos céus. Ela é meu refúgio noturno, meu paraíso e minha dor, minha glória e minha miséria, meus anseios e mistérios, meu tudo e as vezes meu nada, minha vitória, minha luz, minha salvação, minha redenção, meu anjo noturno, poucas vezes meu diabo. Sempre antes de dormir quando a vejo, dirijo-lhe minhas palavras cheias de incertezas e anseios, rezo com ela, e assim consigo dormir tranquilo sonhando com a certeza da vida vivida.
Muito antes de Deus me conceder a vida, ela já agitava as noites desse mundão enviando aos seus súditos ancestrais seus saberes de uma forma onírica eterna e impar de se entender. Só os loucos sabem, pessoas normais seriam e são incapazes de te compreender amiga. Nunca conceituarão o fascínio de te observar, de escutar seus misteriosos conselhos, de entender a vida de uma forma mais calma e tranquila. Sempre antes de dormir, escaneio entre o céus para saber onde estais, quem sabe assim poderei te achar dessa minha janela ampla para suplicar mais um pouco de sabedoria eterna. Quantas vezes já me vistes em lágrimas de tanta dor? Quantas vezes me trouxesse a paz interior? Perco as contas só de tentar lembrar. Sempre as minhas lágrimas evaporaram a brisa do vento só de olhar para ti minha amiga, és minha confidente.  A minha maior tristeza tem o peso das coisas inconsistentes, minha aflição é inconsolável, me sinto perdido as vezes, porem a minha infinita tristeza é minha razão de viver, irônico!
Nesta noite, a lua apareceu-me como um anjo celestial. As coisas com uma aparência anódina, me revelaram um sentido escondido por um certo tempo, percebi o essencial para a vida. As coisas tomaram bruscamente um novo sentido sob meu novo olhar, percebi uma vida além de todas as utopias, não enxerguei maus olhados, nenhuma energia negativa se fixou mais em mim, a vida agora faz sentido e, o marujo i encontrou seu porto seguro almejado outrora, percebeu que a paz que leva com ele mesmo era o que sempre almejava! Sempre caminharei ao seu encontro amiga, agora com uma alma bem mais leve, com uma paz de espírito indizível, com passos firmes e calmos. Conseguistes me tirar do abismo com os decorreres das noites em que passamos juntos. Agora sou seu galã de pensamentos impecáveis, és minha grande senhora que sempre veste trajes da noite. Nunca me abandonastes nas horas precisadas, mesmo olhando para mim com esse seu silêncio quase sepulcral, este será sempre foram de ouro aos meus anseios. Sempre que precisar de ti, falar-lhe-ei ao vento, no sentido de seus raios luminosos lançados em direção a minha janela. Nesse começo de madrugada estais prateada, como uma vagabunda sideral a vagar pelo universo. O surreal Morpheu Logo me levará e, meus sonhos se apoderarão de ilusões amorosas, me levando a enxergar uma visão onírica, virando uma alucinação, onde acreditarei ver a minha amada de verdade.  Logo, logo você desaparecerá na bruma da manhã que estar por vir, mas vou lhe aguardar com a total certeza que amanhã nos encontraremos novamente. Continuas sempre a me iluminar amiga. Nossa relação está indo de vento em popa, e esse surrealismo faz-me senti uma alegria empolgante. Continuemos assim, confidentes e diferentes, ora céu, ora inferno, você sempre a me deixar comovido e pensativo, triste e alegre, risonho e triste com algo da vida real aqui em baixo. Acho que isso que nos completa e nos mantem juntos.  Preciso de ti por toda minha vida, vou continuar sempre a lhe admirar, se cuida!

2 comentários:

  1. Linda declaração de amor Alvaro. Vc descreveu primorosamente a sensação q mt gnt teve desse fds ao olhar por céu e se deparar com tamanha perfeição.

    Sun and Moon

    "O Sol diz à Lua que a abraçará nos dias mais quentes, enquanto vida houver. Que Ela não se entristeça, pois só assim viverão sempre juntos, mesmo sem íntima aproximação. Que venham os eclipses!"

    p.s.: Tenho certeza q vc vai entender essa histórinha q colei ai em cima.

    Beijos

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  2. Ela tem suas faces variadas, pra quem nunca a admirou não sabe o que perde, já os que a admiram ficam exatamente como você expôs nesse post meu bem!
    És um seguidor assíduo dessa majestosa lua cheia, enquanto ela não chega você a espera; faz um bem tão grande, enxergo daqui os teus olhares analisando dedicadamente cada parte desse monumento.

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