sábado, 4 de dezembro de 2010

O QUE É SER PAI PARA VOCÊ?

Não há algo mais triste que admitir a verdade. Eu já não tenho pai. Para mim, existiu um homem rígido que se preocupava até demais com a minha moral e reputação. Existiu um homem severo que me punia quando eu passava de SEUS limites. Existia aquele “boca suja” (que até, infelizmente, me influenciou em partes) que não media palavras para me machucar. Mas diálogo nunca existiu.
Por outro lado existiu o pai de família que trabalhava arduamente para sustentar os filhos. Aquele que se preocupava com a casa e com a nossa alimentação. Que sabia ter criado filhos inteligentes e bonitos, e disso se orgulhava. Aquele que amava viajar com a família nas férias. Bem, isso tudo acabou já tem quatro anos. Mas chegou ao ponto que eu nunca esperaria. 
Eis que surge o homem egoísta, ganancioso, que pensa que o que eu quero é somente seu dinheiro. O homem que foi capaz de parar de me ajudar com meus estudos, dizendo sempre que não tinha condições financeiras. Eis que soube que esse homem tão “pobre” tinha comprado carro do ano, televisão de plasma, comprado outra casa, e pasmem, até piscina construiu nessa nova moradia, sem falar nas outras duas que ele tem alugadas. O homem que NUNCA me encheu de presentes e nunca me deu regalias, mas gasta horrores para bajular seus amigos e familiares, promovendo farras movidas a muitas bebidas e churrascada. O homem que pensa que com 20 e poucos anos, o filho já tem condição de sustentar-se sozinho e sua ajuda deverá ser singela. O homem que simplesmente me abandonou por achar que eu já não tenho mais idade para ser sustentado por ele, ou achou que tem outra família e não há mais obrigação com a família antiga. Como eu queria ser um pai assim... Constituir uma família aqui, criar, esquecer e começar outra. Que coisa fácil, não? Não me dá comida. Não me dá lar. Não me dá carinho, muito menos amor. Pensa que os míseros 300 reais implorado, suplicado pleiteado na esfera judicial, é muito mais que sua obrigação comigo. Tudo isso, toda essa briga e mágoa para eu poder estudar.
Eu me pergunto: O que é, então, um filho na vida de um pai?
Para isso analiso como seria eu na pele de pai. A partir do momento em que eu ESCOLHO (veja bem, ESCOLHER) constituir uma família, viverei para meus filhos. Lutarei para que eles possam estudar, crescer aprendendo, e em seu devido tempo andar com suas próprias pernas. Eu NUNCA deixaria filho meu, independente da idade, em mãos de outros para ser alimentado e sustentado. Ele escolheu ser pai. Como pode um PAI deixar um filho como se fosse qualquer pessoa?
Eu ainda não tenho condições financeiras de me sustentar. Quem faz isso é minha avó, por meio de pensão que ganha do meu avô, que por sua vez não tem obrigação. Ele me colocou no mundo, e é ela que é obrigada a me dar o que comer, e mesmo assim ela não é boa o suficiente pra ele.
Eu luto para conseguir minha independência. Luto para ser um bom profissional. Estudo (que por causa dele eu quase abandonei), E ele ainda diz que é tudo o que eu mereço.
É justo isso? Isso me traumatiza. Me faz pensar que PAI não existe. Que esse homem é um animal sem sentimentos que só consegue honrar aquilo no meio de suas pernas, e que sentimento fraterno não possui. Se eu tivesse pai, talvez teria apoio e estímulos maiores. Se eu tivesse pai, não precisava estar escrevendo isso.  =/
     



3 comentários:

  1. Fiquei emocionada com essa história, em algumas partes eu me vi nela, :)

    Te dedicoooo *-*

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  2. nem sabia que tu escrevia.. td muito lindo msm :)
    xerooooooooooooo Jooooooooow

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  3. Menino.. agora sim vc me surpreendeu!! *_*
    Muito lindo mesmo!!

    ;)

    Bjão Jow

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