quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"TODO MUNDO MERECE UMA SEGUNDA CHANCE"

Era mais uma noite comum de discussão entre aquele casal, depois de trocarem ofensas ele decide ir embora. Desceu bruscamente a escadaria do prédio, bateu a porta com toda ira que levou consigo da “briga” e dirigiu-se para seu carro. Chegando no carro, abriu a porta, sentou-se no banco e procurou logo acender um cigarro para se acalmar, porém no primeiro trago foi surpreendido por dois menores de idade que anunciaram um assalto. Chegaram pedindo a sua carteira e seu celular, o rapaz rebateu dizendo que não possuía carteira, arriscando assim a sua vida, todavia foi obrigado a entregar seu celular por um dos menores, pois o mesmo dizia estar armado. No calor daquela situação, depois de uma intensa discussão e toda ira que levava consigo, o rapaz não pensou duas vezes à ir atrás dos assaltantes. Dirigiu seu carro pela contra-mão do bairro que se encontrava atrás dos bandidos, enquanto os mesmos fugiam de bicicleta. Ocorreu mais ou menos 5 minutos de perseguição, até que um ponto dessa contra-mão louca o rapaz conseguiu alcançá-los, colocou o carro ao lado da bicicleta e deu um toque de leve com a lataria do carro, levando os criminosos a caírem no chão. Ele desce do carro e continua a perseguição à pé, consegue pegar um dos meliantes depois de um chute nas costas do mesmo, tomado pela ira, o rapaz espanca esse menor, dizendo-lhe sempre: “onde está o meu celular”, o menor por sua vez depois de tanto apanhar, diz onde tinha jogado o celular roubado. Nesse passar de tempo do rapaz descer do carro e perseguir os assaltantes, algumas pessoas que passavam na rua ao ver aquela situação inusitada acionaram a polícia que demorou alguns instantes para chegar. Ao reaver o seu celular de volta, o rapaz foi se acalmando, porém mesmo assim decidiu ir à delegacia para prestar queixa sobre o assalto e punir o menor. Os policiais conduziram o menor em sua viatura em quanto o rapaz seguia-los no seu veículo. Chegando na GPCA, o rapaz teve uma chance de ficar conversando com o menor, e assim eles ficaram até a chegada dos familiares do infrator. Dentre essas conversas, foram abordados todos os  tipos de assuntos em questão pertinentes ao motivo do qual o menor veio a cometer aquela infração.  Dentre outras coisas, o menor relatou que não tinha pai, vivia em estado de necessidade, sua mãe era faxineira e dava um maior duro para eles ter o que comer no dia-a-dia. Disse, também, o menor, que foi influenciado pelo que veio a fugir aquele sendo maior de idade e tendo a lábia boa, conseguiu ludibriar o mesmo. Quando os familiares do menor chegaram a DPCA, o clima estava mais calmo, como se fosse uma conversa de mesa de bar, porém havia tido um assalto, e isso era punível pela sociedade. Os familiares prestaram depoimentos ao delegado e depois vieram falar com o rapaz que tinha sido assaltado pelo seu ente querido. Nesta conversa, fora explanado praticamente todas as coisas ditas pelo menor, só que dessa vez era com uma voz de apelo de mãe, à época do ocorrido era pertinente a o apelo dessa mãe, época de natal, bem perto do dia 25 d dezembro do ano de 2009. Essa mãe relatou que só tinha esse filho menor para compartilhar essa data tão especial. Disse-lhe, também que o pai do menor estaria morto, o irmão mais velho encontrava-se preso, ou seja, o rapaz viu que aquela família era totalmente desestruturada, e só havia uma possibilidade daquela mãe passar o natal com seu filho querido. O rapaz não pensou duas vezes e, então decidiu tirar a queixa contra o menor, dando-lhe uma segunda chance de seguir na vida, afinal, todo ser humano merece uma segunda chance. A mãe do menor em lágrimas, olhou pro rapaz e disse: “ que DEUS o abençoe, e tenha certeza que essa foi a ultima vez que ele fez esse tipo de coisa”. O rapaz aliviado com toda aquela situação, decidiu ir embora da GPCA e ir para casa para refletir no ocorrido naquela noite toda. Passava-se das uma e meia da manhã, foi quando ele escutou a mãe dizendo para o filho: e agora, como você fica, como iremos para casa essa hora, pois o dinheiro que eu trago comigo são os vinte reais da feira que iria fazer amanhã de manhã. O rapaz ao escutar essa indagação da mãe ao menor, não teve dúvidas, ofereceu carona para aquela família, é, aquela família que tinha o ente querido que tinha acabado de assaltar o rapaz. A família não acreditava no que estava acontecendo, mas aceitou a carona, então ao chegar no bairro humilde do menor, ele parou o carro, deu um abraço no menor e na mãe e disse: “vão com DEUS, e que ele nunca mais lhe leve para pessoas que façam você a cometer esses delitos”. O rapaz partiu para casa e chegando lá relatou o ocorrido para sua mãe. Depois disso tudo o rapaz não tem certeza se fez o certo ou errado para aquele menor, só restou a ele uma certeza nessa vida: “TODO MUNDO MERECE UMA SEGUNDA CHANCE”.

3 comentários:

  1. Inho, assino em baixo deste teu Post!
    Acredito que todos são merecedores de uma segunda chance, num relacionamento, no trabalho ou até em erros como este. Só que há muita gente nessa vida que não pensa dessa maneira, que só dá motivo para erro apenas uma vez e é nisso que o mundo vai se acabar, com tanto orgulho, e falta de consideração com o erro do próximo... Neste teu contexto, o que seria o Natal desta mãe nas circunstâncias ditas? Seria pedir de mais que todos no mundo pensassem desta forma. Compaixão, empatia, paciência e espiritualidade são lições de vida que todos nós precisamos aprender! Amo você Inho!

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  2. Com certeza, as vezes somos impulsionados por momentos, por pessoas, enfim... pelo que há de proporcional ao momento... Temos em mente após alguns atos arrependimentos profundos, mas o arrependimento as vezes não é o suficiente né?
    Uma segunda chance pode ser um grande remédio.

    Seu mamão, vc escreve bem!
    (:

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  3. Todos precisamos de uma segunda chance, independente da situação.
    Penso que a reação sendo inversa, teria dado outro destino aquela família.
    :)
    Muito bom.
    Bj

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